Caixas de MDF encapadas com chita: suporte para doces
O aniversário de seis anos da minha filha ficou espremido entre duas viagens grandes que eu teria que fazer. Por questão de prioridades, a ideia era diminuir custos e só “cortar um bolinho” para não deixar a data passar em branco. Mas um mês antes ela teve a brilhante ideia de fazer uma Festa Junina, uma vez que a Mariana nasceu no fim de maio e, neste período, já está todo mundo em ritmo de São João.
Lembrancinha: marmitinha decorada
Pensei: “nossa, mais prático e barato… impossível. Nada que pé de moleque e pastel de vento não resolvam”. Mas isso durou até a minha primeira pesquisa básica no Google. (Mentes travessas, inquietas e criativas não podem pesquisar no Google.) E encontrei tantos, mas taaaaantos conceitos e possibilidades para o tema que o trem acabou me dando muito mais trabalho do que eu imaginava.
Decoração da mesa: usei muitos objetos da minha casa como essa escultura nordestina que eu trouxe de Maceió.
Mas muito do pegapacapá foi por conta da minha absoluta falta de tempo para preparar tudo com calma. Então, para a decoração usei quase tudo o que já tinha em casa, gastando o menos possível nesse quesito. E na parte de comidinhas, comprei algumas coisas prontas e boa parte eu mesma fiz, como o caldinho de feijão (entradinha) e o baião de dois (prato principal).
O CONVITE
Fiz algo rápido e simplérrimo (podrinho, para ser mais honesta!) para enviar por e-mail para os amigos mais chegados. O que salvou foi a caricatura da Mariana vestida de caipirinha feita pelo desenhista Jackson Santos (o mesmo que fez a caricatura de cangaceiro do aniversário de 60 anos do meu pai).
O Jackson foi um anjo, eu tinha pouco tempo, mas ele me mandou rápido o esboço e o trabalho final. O preço é superacessível e a caricatura dá um tcham na sua festa, podendo ser usanda em vários elementos – que vão do convite ao toppper dos doces. (Faça seu orçamento com ele aqui).
Uma ideia é imprimir e recortar várias caricaturinhas (sim, tem que ter paciência), colar um palitinho atrás e distribuir nos doces e arranjos de mesa.
A DECORAÇÃO
A chita foi o tecido-mãe da festa. Usei as que haviam sobrado da festa nordestina do meu pai. Encapei caixas de madeira MDF (com cola branca mesmo) que serviram de suportes para os doces. (Não tenho o passo a passo. Mas no You Tube deve ter algum.)
Para a toalha da mesa principal usei dois metros de juta comprados na Big Festas. Os enfeites em si eram tudo o que eu tinha em casa: canecas esmaltadas coloridas, cestas e potinhos rústicos e louça marrom (um jogo antigo de família que minha mãe me deu).
O que eu gastei com decoração foi para enfeitar o salão. Investi nas tradicionais bandeirinhas no teto, balão junino e alguns estandartes (aquelas bandeiras decoradas com os santos típicos das festas juninas). Não me lembro quanto custou, mas era tudo bem baratinho – tipo, nada mais do que cinco reais cada. Também comprei em lojas diferentes. Nessa época do ano, até os estabelecimentos de R$ 1,99 trabalham com produtos juninos.
O arranjo das mesas (imperdoável, mas não tem foto) ficou simples e lindo: eram flores do campo dentro das canecas esmaltadas grandes.
O CARDÁPIO
O convite tinha 25 cm de altura x 10,5 cm de largura. Recortei este tamanho num papel de gramatura maior (mais grosso, pode ser sulfite 120g) e sobre este papel colei a chita. Por cima da chita colei o “cardápio” impresso em papel sulfite amarelo (tamanho 21,5 cm x 7,5 cm). Eu montei num word mesmo e uso impressora HP, jato de tinta. Abaixo, o texto do cardápio.
PRA ENGANA O ESTÔMBI
Minduim de cascá
Paster de ventu
Pinhão dus bão
Caldim de feijão
PRA FORRÁ O BUCHO
Baião de dois
MESA DI DÔCE
Compota da roça (figo e bóbra)
Curauzinho de mio
Pé di muleque
Doce di leite na panelinha
Paçoquinha
PRA MOIÁ O BICO
Quentão véio de guerra
Cervejinha
Suco de uva
Água da mina
CAMINHO DA ROÇA
Café coado e Bolo di fubá
DOCES
Os puristas vão me excomungar: comprei tudo pronto. Até o curau foi em pó, desses que a gente acrescenta leite e leva ao fogo. Rá! #MeJulguem
Comprei panelinhas transparentes (Armazém das Embalagens) e coloquei doce de leite (comprado pronto). Mas o pessoal gostou mesmo foi dos doces de compota (figo e abóbora)… comprados prontos! 
Os outros docinhos são esses de festa junina: pé de moleque, doce de abóbora de coração e paçoquinha.
O BOLO
Fiz o tradicional bolo de fubá. Foram duas receitas. Uma, usei na forma maior. E a outra eu dividi em duas outras formas (uma média e uma pequena).
A ideia era fazer uma espécie de naked cake de fubá… de três andares! (Não ria!)
BRINCADEIRAS
Uma semana antes da festa vi pela previsão do tempo que ia chover e fazer muuuuito frio (coisa de 10ºC) no dia do “evento”. Então, cancelei o pula pula, que ficaria na área externa do salão. Meu pecado foi não ter contratado um recreador (estava focada no custo zero!). Mas isso foi, em parte, resolvido por brincadeiras improvisadas: correio elegante (as amiguinhas mandavam recadinhos entre si), pescaria (comprei os peixinhos e as varas na Sete Festas) e a pinhata feita pelo marido.
Para o Correio Elegante imprimi esta “arte” (aZamigas designers morrem de desgosto) num papel sulfite amarelo (desses simples mesmo, tipo Chamequinho). Recortei e deixei sobre uma mesa junto com minienvelopes e canetas.
Para a pescaria cada criança recebeu dois tíquetes como este acima (também impresso e recortado em papel sulfite amarelo). Cada tíquete dava direito a uma prenda. Ou seja, quando eles conseguiam pescar trocavam o papelzinho por um presentinho como carrinhos, apitos, loucinhas de plástico… já nem me lembro mais as porcariazinhas que eu comprei para oferecer na brincadeira). 
Pinhata: aquele momento que não existe pai, mãe, tio, amigo ou padre que segure
PLAQUINHA DIVERTIDAS
Já há tempos as “plaquinhas divertidas” são sucesso nas festas de casamento e debutante. No Arraiá da Mariana eu fiz as plaquinhas no idioma caipirês. Exemplos de frases:
- Nóis tá nu feicibuque
– É pru instragrãn?
– Óia a cobra!
– Somu xique, bein
– Réchitegui #ArraiaDaMariana
Para fazer as plaquinhas eu imprimi no Word (usei um papel gramatura 120) um desenho em formato balão de conversa. Recortei o balão e em cima dele colei a chita (a mesma usada na festa e no cardápio). Deixei secar bem. À parte, imprimi em papel sulfite amarelo balões ovais com os dizeres acima. Depois é só recortar o balão oval e colocá-lo por cima do tecido. Tudo com cola branca. (Eu espalho a cola com um pincel para o efeito final ficar bem lisinho).
LEMBRANCINHAS
Foram oferecidas duas lembrancinhas, uma marmitinha com doces e um saco de lixo para carro feito de pano (chita) pela minha mãe. A embalagem da marmitinha você compra em casas especializadas. São bem baratas, custam uns R$ 4,00 (pacote com 10 unidades).
Lembrancinha: na foto à esquerda está o saquinho de lixo para carro feito de pano pela minha mãe
Na tampinha da marmita eu colei a mesma chita que foi usada em vários elementos de decoração da festa. É só recortar a chita no tamanho da tampa, passar cola branca na tampa e fixar o pano. Apare as arestas do tecido, se necessário. Em cima colei com cola quente um minichapéu de palha que comprei no Armazém das Embalagens. Lá também vende a marmitinha.
Bão, ao contrário da festa bailarina que fiz para o aniversário de cinco anos (em que eu contratei buffet, garçom e recreação) e fiquei mais tranquila, nessa eu não parei um minuto, inclusive durante a festinha (para umas 40 pessoas), o que me fez aproveitar beeem menos os amigos. Mas como o objetivo era agradar a Mariana e proporcionar algo bacana e de baixo custo, a meta foi alcançada. 
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Fotos: Sílvia Oliveira e Raul Mattar
